A esquizofrenia é uma perturbação mental complexa e grave, que afeta cerca de 21 milhões de pessoas em todo o mundo.15 Não se pode falar apenas de uma esquizofrenia, mas de esquizofrenias, já que existem várias formas com gravidade muito diferente.
Trata-se de uma patologia do cérebro que afeta de forma grave a capacidade de pensar da pessoa, a sua vida emocional e o seu comportamento em geral. Provoca uma série de sintomas, conhecidos como “sintomas psicóticos”. Na lista incluem-se sintomas positivos, como alucinações (por exemplo ver ou ouvir coisas que não existem) e delírios (ter crenças de natureza bizarra ou paranoide que não se enquadram no senso comum), mas também défices cognitivos, como dificuldades em prestar atenção, concentrar-se e abstrair-se, sintomas negativos, que traduzem uma espécie de dessubstancialização da personalidade, como a diminuição ou perda da vontade, a apatia, o embotamento emocional e afetivo e sintomas afetivos, como ansiedade, depressão e alterações emocionais em geral.16 Quer os défices cognitivos, quer os sintomas negativos, são os principais responsáveis pela insuficiência social que estes doentes apresentam e que em muito dificultam a sua integração social.
Não é conhecida uma causa única para a esquizofrenia. Pensa-se que diferentes fatores, como os genéticos, ambientais ou uso de drogas e substâncias ilícitas, contribuem para o desenvolvimento da esquizofrenia, como acontece com outras doenças crónicas, como a diabetes e as doenças cardíacas17.
Geralmente, os primeiros sinais de esquizofrenia surgem durante a adolescência ou no início da idade adulta, o que não significa que não possam surgir mais tarde.18 Tanto os homens como as mulheres podem vir a desenvolver esquizofrenia, sendo que nos homens os sintomas tendem a surgir um pouco mais cedo.19
A esquizofrenia tem um grande impacto na vida dos doentes, podendo afetar de forma profunda o seu estilo de vida e a sua imagem social. O tratamento, que consiste essencialmente na medicação antipsicótica e outras terapias, é fundamental para reduzir ou eliminar os sintomas, de modo a permitir que o indivíduo participe nas atividades diárias e reduza o número de recaídas.21
As recaídas são mais prováveis quando os medicamentos antipsicóticos são interrompidos ou tomados irregularmente22. É muito importante, no plano de tratamento, garantir que as pessoas com esquizofrenia aderem ao plano de tratamento e de prevenção de recaídas.