A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) é uma perturbação grave que, como o próprio nome indica, se caracteriza por dois fenómenos: as obsessões e as compulsões. As obsessões são definidas como pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes e que provocam ansiedade ou mal-estar. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir estes pensamentos com algum outro pensamento ou através da realização de uma compulsão ou ritual.
O medo da contaminação, de prejudicar os outros acidental ou intencionalmente, de cometer um erro grave (como deixar um fogão ligado, uma porta aberta ou atirar algo importante para o lixo) e de contrair uma doença são alguns exemplos das obsessões mais comuns.
As compulsões são comportamentos repetitivos geralmente executadas em resposta a obsessões.37 As compulsões mais frequentes são limpar (para reduzir o medo de contaminação por germes, sujidade ou produtos químicos), repetir (nomes, frases ou comportamentos para dissipar a ansiedade), verificar (para reduzir o medo de fazer mal a alguém por se ter esquecido, por exemplo, de desligar o gás do fogão), ordenar e organizar (para reduzir o desconforto, algumas pessoas alinham livros por uma determinada ordem, por exemplo). São também frequentes as compulsões mentais, como rezar silenciosamente ou repetir frases, uma vez mais para reduzir a ansiedade.38
Todas as pessoas sentem necessidade, em algum momento, de verificar se as portas ficaram bem fechadas por exemplo. É, por isso, fundamental estabelecer alguns critérios de diagnóstico para diferenciar um comportamento normal de algo que poderia ser considerado uma doença. Só pode ser considerado POC quando as obsessões ou compulsões interferem significativamente com as rotinas normais do indivíduo e quando as mesmas ocupam uma considerável parte do dia (pelo menos uma hora por dia).39
O tratamento mais comum para a POC é a combinação de medicação com Terapia Cognitivo Comportamental, um tipo de psicoterapia que se tem revelado muito eficaz no tratamento desta patologia.