Nutrição, Tecnologia e Neurociência: Temas do terceiro dia do Congresso Nacional de Psiquiatria

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O terceiro dia do Congresso Nacional de Psiquiatria foi marcado por um conjunto diversificado de comunicações, plenárias e simpósios que exploraram temas fundamentais da saúde mental. O dia começou com as Comunicações Livres, permitindo aos participantes partilhar as suas pesquisas e ideias inovadoras em Psiquiatria.

Na plenária, Conceição Calhau abordou “Intervenções nutricionais na depressão: da prevenção ao tratamento”, sob a moderação de João Bessa. Esta sessão enfatizou a relação entre nutrição e saúde mental, destacando a importância de intervenções nutricionais na gestão da depressão. A plenária seguinte teve Augusta Vieira-Coelho como oradora, discutindo o tema “Cannabis”, moderado por Gustavo Jesus.

A manhã continuou com um simpósio sobre “EHealth em Psiquiatria: da preferência dos doentes até à eficácia das intervenções”, presidido por Joaquim Gago. Este simpósio contou com apresentações de Pedro Gamito, que falou sobre “Biological therapists: riding off into the sunset?”, Marco Simões, que abordou “Tecnologia, inteligência artificial e neuroimagem: contributos do diagnóstico à intervenção”, e Ana Araújo, que discutiu as “Preferências de utilização de mHealth de doentes com perturbação obsessivo-compulsiva”.

Outro simpósio foi focado na “Gestão integrada de cuidados para pessoas com demência”, moderado por Ana Valverde e Luiz Cortez-Pinto. Margarida Albuquerque apresentou a “Iniciativa H360 Demência: consenso estratégico”, seguida de Catarina Alvarez, que abordou a “Intervenção da Associação Alzheimer Portugal e oportunidades de parceria”, e Rafael Ventura Franco, que discutiu “Contributo da tecnologia, dos sistemas de informação e do digital”.

De seguida, o simpósio “Colaborações da psiquiatria de ligação com outras especialidades médicas em programas de reabilitação hospitalares” foi moderado por Susana Sousa Almeida e Manuela Abreu. Daniel Gonçalves apresentou “O Papel da Psiquiatria de Ligação em Programas de Pré-habilitação/Reabilitação”, enquanto Miguel Constante e Rui Albuquerque discutiram modelos de colaboração bem-sucedidos em diversas áreas de intervenção.

O simpósio “Desafios e boas práticas nas unidades de internamento agudo em Psiquiatria”, sob a moderação de Luís Câmara Pestana, abordou temas cruciais como a “Prevenção do Suicídio no Internamento Psiquiátrico” por Maria João Amaral, a “Redução das medidas coercivas nos internamentos psiquiátricos” por Sebastião Martins, e os “Obstáculos e desafios atuais às Boas Práticas nas Unidades de Internamento em Portugal”, apresentado por Filipe Vicente.

Após o almoço, seguiu-se o debate sobre “Morte medicamente assistida em doentes psiquiátricos”, moderado por Susana Sousa Almeida e Pedro Varandas, com palestras de Luís Madeira, Manuela Silva e Ricardo Gusmão.

O congresso continuou com o simpósio “Anomalias da perceção no autismo: uma janela translacional para a neurobiologia da perturbação autística”, sob a presidência de J. Bernardo Barahona Corrêa e Rute Cajão. Joana Costa do Carmo apresentou “Less than 1: selective deficits in time processing in Autism”, e Alfonso Renart discutiu “Atypical sensory processing in Autism Spectrum Disorder”. J. Bernardo Barahona Corrêa ainda falou sobre “Reading minds and reading faces: the psychophysiology of social cognition in Autism”.

O simpósio sobre “Técnicas avançadas de neuroimagem na depressão”, presidido por Frederico Simões Couto e Bessa Peixoto, teve apresentações de David Berhanu sobre “Técnicas avançadas de imagem”, Diogo Gonçalves Ferreira com “Glutamate MRS in depression”, e Rita Vieira que discutiu “Biomarcadores de Neuroimagemológicos para perturbação depressiva major”.

A plenária, moderada por Albino Oliveira-Maia, teve como orador Álvaro Pascual-Leone, que discutiu o tema “Neuromodulação”.

A tarde prosseguiu com o simpósio “A outra face das psicoterapias”, sob a coordenação de Isaura Neto e Guida da Ponte. Miguel Ricou falou sobre “Potenciais efeitos iatrogénicos da psicoterapia individual”, Manuel Esteves discutiu “Os riscos da Pseudopsicoterapia”, e Rui Barranha abordou “Os desafios/dificuldades da Psicoterapia de Grupo”.

O simpósio “Atualização em psicose resistente ao tratamento” foi moderado por Pedro Levy e Celeste Silveira, e incluiu apresentações de Filipa Moutinho sobre “Clozapina: evidência atualizada, subutilização e construção de uma clínica de clozapina”, Miguel Bajouco e Ana Carolina Pires, que apresentaram “Programa e Resultados da Unidade de Esquizofrenia Resistente ao Tratamento (UCAERe-T) do CHUC/ULS Coimbra”, e Ester Coutinho, que discutiu “Encefalites e psicose autoimune”.

O simpósio “Inovação terapêutica nos serviços de saúde mental do setor social da saúde” foi moderado por Pedro Varandas e Vitor Cotovio. Carla Pombo e Márcia Fonseca apresentaram “Demências: abordagens comunitárias e intervenções tecnológicas – o futuro é já hoje”, Dulce Bouça discutiu “Anorexia Nervosa: o corpo em sofrimento – modelo terapêutico inovador em hospital de dia”, e José Temotio e Raquel Pedro apresentaram sobre “Reabilitação: Criatividade, eficácia e qualidade de vida”.

Por fim, o simpósio “Fenomenologia da identidade: os elementos centrais do tornar-se em si mesmo”, presidido por Maria Luísa Figueira e Luís Madeira, incluiu apresentações de Anna Ciaunica sobre “Uma perspetiva desenvolvimental sobre o desenvolvimento da Autoconsciência”, Luís Madeira com “Para uma compreensão do género: evidência fenomenológica”, e Fernanda Eugénio que abordou “O ‘discernir’ na reconstrução da identidade – pistas antropológicas”. Este terceiro dia foi, sem dúvida, repleto de conhecimento e reflexão sobre as práticas atuais e futuras na saúde mental.